Pol�ticas sobre VIH no Trabalho

A ACORD está empenhada em criar um ambiente de trabalho no qual todos os funcionários estejam bem informados sobre o VIH / SIDA e no qual os funcionários infectados e afectados possam revelar a sua situação serológica e exprimir as suas opiniões e preocupações livre e abertamente. Estimulamos um espírito colectivo e a vontade de confrontar a realidade do VIH e SIDA dentro e fora do trabalho.

A ACORD desenvolveu as suas perícias trabalhando com organizações parceiras no Burundi, Etiópia, Ruanda, Sudão, Tanzânia e Uganda, providenciando apoio na implementação de políticas sobre o VIH. No entanto, também temos profunda consciência da necessidade de garantir que a nossa própria casa esteja em ordem, por isso, parte do foco tem incidido nas questões internas do nosso próprio local de trabalho.

Caso em Estudo: Preservativos no Secretariado da ACORD

No início da implementação da política relativa ao local de trabalho no Secretariado, foram disponibilizados preservativos (masculinos e femininos) ao pessoal do escritório. Inicialmente, foram colocadas nas casas de banho máquinas de distribuição automática de preservativos, onde mais pessoas podiam ter acesso gratuito; porém, fomos confrontados com alguns desafios. O edifício que alberga a ACORD é propriedade da igreja e a sua administração não concordava com a iniciativa. Por essa razão, as máquinas foram colocadas na recepção onde tanto os funcionários como os visitantes podiam se servir enquanto a questão era resolvida com a administração do edifício.

Desde o início, houvera reacções diversas em relação à questão do preservativo por parte do pessoal. Seguem-se alguns dos comentários feitos:
"Estamos a promover a devassidão"
"As pessoas devem manter os seus parceiros e ser fiéis"
"O que pensarão os visitantes de nós, com os preservativos na área da recepção?"
Porém, alguns funcionários saudaram a iniciativa com a expressão "mais vale tarde do que nunca."

A partir destes depoimentos, podemos depreender que muitas pessoas na sociedade ainda se apegam às crenças culturais ou religiosas que representam um retrocesso na luta contra o VIH / SIDA. É, por conseguinte, imperioso reforçar as acções de sensibilização em torno da pandemia, pois, a maioria dos funcionários acha que não lhes diz respeito - no entanto, é um facto conhecido que "se não estiver infectado, é afectado."

A fim de ajudar a melhorar a vida das pessoas que vivem com VIH e SIDA, no Quénia, a ACORD identificou um grupo de sensibilização chamado 'Majengo Widows and Orphans Red Ribbon Awareness Group', que produz fitas vermelhas e máquinas de distribuição automática de preservativos para vender como formar de gerar rendimentos. A ACORD adquiriu máquinas e fitas deste grupo e também convidou as partes interessadas para também fazerem o mesmo. Estão a ser identificados outros grupos com os quais a ACORD possa formar redes e compartilhar informações.

Finalmente, reconhece-se que, em geral, a resposta e o uso do preservativo têm sido positivos. Inicialmente, a maior parte do pessoal bem como os visitantes sentiam-se tímidos, mas com o andar do tempo ganharam mais coragem e agora levam-nos abertamente para uso próprio e até mesmo para os seus amigos e familiares. A consciência da existência e do uso do preservativo feminino foi também reforçada.

Por Margaret Wamukoya

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